D. Pedro IV

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sábado, fevereiro 14, 2009

CANJA DE GALINHA


Da primeira invasão francesa recebemos algumas heranças que persistiram até aos nossos dias. Na culinária, ficou-nos a “canja de galinha”, sopa servida a Wellesley quando nos primeiros dias de Agosot desembarcou em Lavos, onde estabeleceu o seu quartel general por oito dias, período de tempo necessário ao desembarque de todas as suas tropas.
Em cartas dirigidas à sua esposa, Kitty Pakenham, reunidas no livro de memórias da duquesa, descreve a dita sopa e aponta os ingredientes: galinha, orelha e toucinho de porco, enchidos, couve, massa, cebola e sal. Cada conviva teria junto de si uma malga para a sopa, um prato para as carnes servidas à parte e outro com hortelã de que se juntava à sopa ao gosto de cada um. Como o futuro Duque de Wellington afirmava à sobremesa deve ser servida laranja.
Na cozinha do Palácio da Ajuda, havia, sempre, canja fresca confeccionada para a Rainha Dona Maria I, pois acreditava que a canja era fundamental para a manutenção da saúde e, portanto, consumia - a diariamente.
Todos os Braganças gostavam de canja… “, por isso, “Todos os dias vinha à mesa real uma terrina de canja e uma travessa com galinha cozida e arroz branco guarnecido com presunto e toucinho (…)”. A Família Real levou a receita para o Brasil.
D. Pedro II, Imperador do Brasil, consumia-a diariamente, até mesmo nos intervalos dos espectáculos. Conforme conta J. A. Dias Lopes em “A Canja do Imperador”, os historiadores da época comentam que o monarca fazia questão de “saborear uma canja quente entre o segundo e o terceiro actos, que só começava depois de ser dado o sinal de que Sua Majestade terminara a ceiazinha”.

A canja é um prato asiático, que terá sido difundido por Garcia da Orta (médico da Corte e naturalista português), que, nos Colóquios dos Simples e Drogas e Coisas Medicinais da Índia fez referência a um certo “caldo de arroz ou canje”.
No Estado do Malabar, na costa sudoeste da Índia, onde estava fixada a colónia portuguesa de Goa, a tal kanji, escrita com “k”, era muito comum quando os grandes navegadores começaram a aportar naquele território. A mistura de água com arroz dos indianos pode ter dado início a uma saborosa tradição, que os portugueses aproveitaram para incrementar com galinha, temperos e legumes.
Esta foi também a sopa servida a Arthur Wellesley, um dos generais ingleses que comandaram o exército luso-inglês durante as Invasões Francesas, quando desembarcou em Lavos nos primeiros dias de Agosto de 1808.

In http://www.cpopular.com.br
Curiosidade recolhida por Inês Cunha, 6.º E

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